A 27ª edição do evento, entre os dias 2 e 12 de outubro, ocupa mais regiões do que nunca na cidade, com uma seleção diversificada de obras
Publicado por Veja Rio, no dia 26/09/2025.
Dias antes de estrear no circuito nacional, Ainda Estou Aqui contou com uma sessão especial no Cine Odeon, em 21 de outubro de 2024, durante o Festival do Rio. Os ingressos logo se esgotaram, e a plateia, visivelmente tocada, aplaudiu com entusiasmo quando os créditos subiram ao som de É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo, de Erasmo
Carlos. Essa cena se repetiu em milhares de salas ao redor do planeta e a odisseia de Eunice Paiva, brilhantemente interpretada por Fernanda Torres no filme de Walter Salles – atuação, aliás, que lhe rendou o Globo de Ouro de melhor atriz dramática -, tornou-se o mais bem-sucedido longa da história do Brasil, arrecadando mais de 200 milhões de reais e arrematando uma inédita estatueta de melhor filme internacional no Oscar.
Está agora nas mãos do atual representante brasileiro na mesma categoria, O Agente Secreto, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, a missão de fazer bis sob os holofotes de Hollywood, na festa marcada para março do próximo ano. A película, que já conquistou duas palmas em Cannes, participa da mostra Hors Concours do festival mais grandioso da América Latina, uma dedicatória do Rio à sétima arte. Nenhuma outra edição se espalhou por tantas regiões na cidade quanto esta, entre quinta (2) e 12 de outubro. “A intenção é incentivar a formação de um público diverso”, celebra a diretora-executiva, Ilda Santiago.
Da Gávea ao Complexo do Alemão, passando pelo Centro e Niterói, 25 salas vão exibir quase 300 filmes, entre curtas e longas, do Brasil e do mundo. “Sempre tivemos o desejo de expandir a mostra para locais com menos acesso à arte, e conseguimos”, diz Ilda, na produção do festival desde os primórdios, no fim dos anos 1990.
Em primeira mão, os cariocas poderão assistir ainda a outros títulos que vêm se sobressaindo na corrida pelo Oscar, como o norueguês
Valor Sentimental, de Joachim Trier, e o drama Hamnet: a Vida Antes de Hamlet, da chinesa Chloé Zhao, que endossa o protagonismo das mulheres por trás das câmeras. Ícone da teledramaturgia, Glória Pires trará à luz seu primeiro longa como diretora, Sexa, na mostra Hors Concours. “Lançar no Festival do Rio é a materialização de um sonho”, comemora atriz. “Todos os meus filmes passaram pelo evento, então é um orgulho muito grande”, faz coro Lúcia Murat, diretora do documentário Na Onda da Maré.