Durante o evento, que exibiu mais de 300 filmes entre os dias 2 e 12 de outubro, atrizes apostaram no estrelato atrás das câmeras e refletiram sobre o cenário das mulheres na indústria cinematográfica
Trecho da matéria publicada pelo Exame, no dia 13/10/2025.
Na onda de expressas verdades e histórias, outro filme que marcou a estreia de uma mulher na direção no Festival do Rio foi Sexa, dirigido Gloria Pires, uma produção da Giros Filmes. Há mais de cinco décadas trabalhando como atriz, a agora cineasta resolveu apostar no primeiro trabalho como diretora em uma história que conversasse com seu momento atual.
“Não desmerecendo o trabalho dos homens, mas fazer esse filme rodeada de mulheres foi uma experiência única. Porque a direção vem de um outro pensamento, é uma coisa mais reflexiva, e a nossa visão, querendo ou não, acaba sendo diferente”, disse Pires. “E vejo as coisas mudando para a gente. Acredito que daqui para frente não será tão sofrido ser diretora, no sentido de você ter que ter uma batalha provar sua capacidade.”
A ficção à brasileira narra a história de Bárbara (Gloria Pires), que chega aos 60 anos e lida com a pressão estética e social que recai sobre as mulheres no início da terceira idade. Com um filho adulto e etarista e uma paixão mais jovem, ela se redescobre em vontades, desejos e sonhos independentemente de sua idade. O filme tem estreia prevista nos cinemas brasileiros para 11 de dezembro.
“O roteiro tem essa mulher de 60 anos bem fora do padrão, que vive um momento parecido com o que eu estou vivendo agora”, pontuou a atriz. “Chega uma hora que você não tem que caber na expectativa dos outros, e foi por isso que abracei esse projeto.”